sexta-feira

O teu sabor é café e eu que amo tanto café ...


2h24
         e
             Uma chávena bem grande de café. Não para me manter acordado, mas para me manter quente sem ti. Oiço os relógios do meu quarto, um a contratempo e relembro eu e tu.
Corpos quentes, iluminados.
Quando ainda havia luz.
Ligo a música e as notas fogem d'encontro às memória. Há um fim amargo no meio de todas as coisas que, como chuva, evaporam d'encontro ao chão do nosso preste.
E há uma dor parecida a todas as outras que não se cala;
Tenho medo de ter a cama fria...
Sinto medo de existir perto de mim. Ter tudo como sempre quis e ver as cores que os teus olhos reflectem no sol e na cadeira a escurecerem. Tenho dores nos braços e calos no cérebro. Estou apático e sou um imbecil.
E tenho medo, muito medo de não saber o que vem depois e não saber como melhorar o que se fez antes.
Tenho os pés frios, queimam porque sentem a falta dos teus. O destino trocou-me as voltas, isto era tudo o que eu menos imaginava estar a escrever neste momento. Os olhos pesam enxaguados na lágrima que deixaste. Ela escorre, e cai no papel. Papel que outrora conheceste. O mesmo que talvez não conheças mais;
O café arrefeceu e perdeu o sabor!
A luz desligou-se .


... amo-te a ti!

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