sábado

" (...)

- Eu não te conheço.
- O que estás a dizer, estás bêbado?

(...)

Eu dei conta de uma coisa tão básica, mesmo básica: - Eu não te conheço.
- Não me conheces?
- Não.

(...)

Para resumir as 4horas de conversa seguintes, digo-te que não é fácil estar numa relação, e até mesmo conhecer na realidade o outro e aceita-lo como ele é e com todas as suas falhas.

(...)

- Marion.
- Fizeste um "M"?

(...)


O Jack confessou-me o seu medo de ser rejeitado e se eu realmente o conhecesse, se ele aparecesse despido à minha frente.
Jack descobriu que depois de 2 anos de namoro não me conhecia, nem eu o conhecia a ele. E para realmente nos amarmos, tínhamos que saber as verdades de cada um. Até mesmo se não for muito fácil de aguentar.
Por isso contei-lhe a verdade, que foi a de eu nunca o ter traído. E também lhe disse que tinha visto Mathieu, naquela tarde. Ele não ficou furioso comigo porque não tinha acontecido nada, claro.
Confessei-lhe que a coisa mais difícil era a decisão de estabelecer uma relação definitiva, a ideia que é este mesmo, este é o homem que irei passar o resto da minha vida. A decisão de fazer um esforço para ficar e resolver as coisas, e não fugir logo ao primeiro problema, é muito difícil para mim.
Eu disse-lhe que não me contentava com um homem só para o resto da minha vida.
- Era mentira, mas eu disse-lhe na mesma.
Ele perguntou-me se eu me achava parecida como um esquilo: colhia os homens como se fossem nozes para se alimentar durante o inverno.
Até achei graça.
Depois ele disse uma coisa que me feriu os sentimentos - o tom mudou drasticamente - depois nao interpretei bem o que ele disse, julgava que ele tinha dito que já não me amava e queria se separar. Sempre me fascinou como as pessoas passam por te amar loucamente até não sentir nada mesmo. Magoa muito.
Quando sinto que me vão deixar tenho a tendência de me separar primeiro, antes de ouvir a história toda.
Aqui está. Mais um, menos um. Outra história de amor imprestável.
Eu realmente amei-o...
Quando eu pensava que acabou, e que nunca mais o ia voltar a ver... Bem sim, irei encontra-lo e conhecerei a sua namorada nova, e agirei como se nunca o tivesse conhecido.
E depois, com o passar dos tempos, pensaremos cada vez menos em nós, até nos esquecermos completamente, quase.
Para mim é sempre o mesmo, separo-me e sinto-me mal, bebo e ando seguindo. Conheço um tipo, e depois outro, transo a torto e a direito, para esquecer o que achava ser o ideal. E depois de alguns meses de solidão, começo a procurar o amor verdadeiro. Procuro desesperadamente em todos os lugares, e depois de dois anos de solidão conheço um novo amor e juro que é o definitivo. Até ele ir embora...

Há um momento na vida, em que não se pode recuperar mais de outra separação. Até mesmo que essa pessoa te chateie 60% do tempo, ou que não se pode viver sem ele. Até mesmo se ele te acorda todos os dias a espirrar te para a cara.
Bem, o que é certo é que tu adoras os espirros dele mais do que os beijos de qualquer um. "

(vale apena ler)

4 comentários:

  1. E não é que valeu mesmo? :o
    De onde é Kiko?

    ResponderEliminar
  2. kiko andas a ficar demasiado profundo até fiquei KO nas primeiras frases! (:

    ResponderEliminar
  3. Adorei , valeu bem a pena ler esta excelente e muito profundo :P

    Beijinho *

    ResponderEliminar
  4. mas qual é que é mesmo o livro?

    és tu e isso define tudo o que poderá ficar pode definir!

    p.s - não tem nada a ver com nada mas lembrei-me desta música: http://www.youtube.com/watch?v=qXg3dGRT5mU

    lembras.te dela no blog?

    ResponderEliminar